domingo, 15 de maio de 2016

Born to Care

Eu não sei se o que sinto por você é amor. Sei que, se for, é diferente do amor que senti, do amor que eu tive, acreditando ser a única forma de amar. Se eu tivesse que resumir, nesse momento, o que sinto, a palavra mais exata seria encantamento! Na verdade, é uma mistura de encantamento, sedução, medo, acho que você entende. E, sendo bem honesto com você, grande parte desse medo tem a ver com nossas diferenças – já falamos a respeito – e, dentre todas, nossos estágios de vida, a idade... (por favor, eu preciso ser objetivo, ao menos nesse instante de profunda paz).

Sim, eu tenho algumas certezas; muitas. Você aqui, com a cabeça no meu colo, esses olhos atentos, doces... meu Deus, você é lindo demais! Sua pele, o jeito que você me toca, a calma que me transmite apenas por estar tão perto assim, não consigo descrever! É muito bom tudo isso e vai muito, mas muito mesmo, além do óbvio tesão (rs) que existe entre a gente. Sei que você sente igual. E esse saber independe do que já conversamos. É real, é sensorial... deve ser a tal “química orgânica”, com se diz por aí. E nem preciso ressaltar a sedução que suas músicas exercem sobre mim. É covardia o modo como você me invade tão facilmente, toda vez que canta olhando para o fundo da minha alma!

Também tenho certeza que um vírus (desculpe por tocar nesse assunto) não pode, não deve ser o grande obstáculo para que esse sentimento não deva ser alimentado. Novamente temos uma bela combinação: eu amo cuidar! Cuidar, para mim, vai além do sentido usual da palavra. Cuidar, eu penso, está em cada pequeno gesto, em cada mínima palavra de carinho, de afeto. Cuidar é o zelo que nos dispõe a tudo e apenas pressupõe uma coisa: a falta de egoísmo. Parece radical, mas não é! Aliás, é bem mais simples do que as pessoas pensam. Você sente minhas mãos acarinhando os seus cabelos?

Talvez, não sei... será que você consegue me prometer uma única coisa? Eu não quero te prender a mim apenas por esse viés do meu cuidar. Eu gostaria muito, ao contrário, que você enxergasse o meu cuidar – sempre! - como uma forma de te libertar das possíveis amarras que ainda teimem em te amedrontar. Inclusive e, principalmente – agora entra a parte da promessa (rs) – de mim mesmo se, porventura, algum dia, eu me constitua numa dessas amarras. Você entende isso? Prometa pra mim, por favor, que, se algum dia, você não sentir nesse meu cuidado algo que liberte... você se liberte de mim? Só isso. E, acredite, isso é a única coisa que me importa pra seguir em frente com você.

PS1: Resumo de uma conversa (quase um monólogo!) que tivemos ontem. Eu estava com meu “falador” aberto (rs).

PS2: Hoje, a última música que ele cantou (aqueles olhos que me hipnotizam!)... nem preciso dizer pra onde fui transportado! Depois ele me pediu pra deixá-lo na casa dos pais. Acho que faz muito tempo que ele não os vê...


3 comentários:

  1. O AMAR é sempre O Amar. Formas diversas podem existir e se manifestarem à medida que amadurecemos e acumulamos experiências. Encantamento pode ser uma destas formas. O que importa mesmo é permitirmo-nos sempre e a a fundamental transparência esteja sempre presente.

    Beijão

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  2. Finalmente.... O barco partiu aMar Adentro!!!!!!

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  3. UAU! perfeito! eu vivi muito tempo este dilema, sou um cuidador visceral, "born to care" como vc diz, e durante muito tempo vivi esta dicotomia, cuidar e prender, ou o cuidado que prende. depois consegui aprender a cuidar sem exagera, sem sufocar, sem ser necessario - porque sim, eu gostva de me fazer necessario! hj eu cuido e me cuido tb! grande texto o seu, abraços!

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